Dor na Amamentação, Dificuldade para Amamentar e Bebê que Não Consegue Mamar

Amamentar é um ato de amor e conexão, mas, para muitas mães, esse momento especial pode vir acompanhado de dor e frustração. Problemas como a pega incorreta são frequentemente responsáveis por desconfortos intensos, que não só dificultam a amamentação, mas também podem afetar a autoestima e o bem-estar da mãe. Quando o bebê não se posiciona corretamente, a extração do leite torna-se ineficiente, causando dores nos mamilos e, em alguns casos, até fissuras. Essa realidade, infelizmente, é comum e muitas vezes subestimada, mas é importante entender que ela pode ser corrigida com as orientações adequadas. Neste post, abordaremos os desafios relacionados à dor na amamentação e à pega incorreta, compartilhando dicas práticas e soluções que podem transformar essa experiência, tornando-a mais confortável e gratificante para você e seu bebê.

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MEU RELATO
Quando meu filho nasceu, imaginei que amamentar seria um processo natural e simples. Mas a realidade foi bem diferente. Passei três meses de muita dor e dificuldades. No hospital, recebi instruções que não funcionavam para nós e, infelizmente, não tive assistência adequada.

Foi então que decidi procurar ajuda. Chamei uma consultora de amamentação, e, mesmo com os ajustes, descobrimos que meu filho precisava de acompanhamento com uma fonoaudióloga e uma fisioterapeuta. Ele não abria bem a boca, fazia estalos, sugava ar, perdia a pega e ficava irritado. Foram meses de ajustes e aprendizado.

Hoje, meu filho tem 1 ano e 4 meses e ainda mama (em qualquer posição, com direito a piruetas no meio da mamada, rs). Mas no início, tanto eu quanto ele tivemos que aprender. Acredite: bebês não nascem sabendo como mamar. Embora tenham o reflexo de sucção, eles precisam se adaptar – e nós também.

Por isso, resolvi compartilhar as dicas práticas que realmente me ajudaram. Se você está passando por dificuldades, espero que este texto seja um guia útil para você.

AJUSTES PARA AMAMENTAR DE FORMA CORRETA E NÃO SENTIR DOR

1. Posições Importam: Mãe e Bebê

Amamentar não deve ser um momento desconfortável para você. Preste atenção à sua postura:

Para a mãe:
- Sente-se com as costas bem apoiadas.
- Coloque os pés no chão ou use um apoio para manter uma posição confortável.
- Use almofadas para apoiar seus braços e o bebê, evitando ficar curvada.
Para o bebê:
- O corpo do bebê deve estar alinhado, com a cabeça e o tronco virados para o mesmo lado. Imagine você tentando beber água com o pescoço torcido – é desconfortável, não é?
- O bebê deve ficar barriga com barriga com você. Isso evita que ele tenha que virar a cabeça para mamar.

Com o tempo, esse processo se tornará mais natural. Depois de algumas semanas, você poderá amamentar até deitada ou com o bebê em posições criativas – mas, no início, é importante focar no alinhamento correto.

2. Use Almofadas de Amamentação e Apoio para os Pés

Uma almofada de amamentação é sua melhor amiga nos primeiros meses. Ela ajuda a posicionar o bebê na altura certa, evitando que você precise se inclinar.
Dica extra: Leve a almofada quando sair de casa, especialmente se for ficar longos períodos fora.
Apoie os pés do bebê! Parece um detalhe insignificante, mas faz toda a diferença. Se os pés do bebê ficam “voando” ou batendo sem apoio, ele pode ficar desconfortável e perder o foco na sucção. Use uma almofada ou travesseiro para dar estabilidade.

3. Posicionamento da Cabeça do Bebê

Nos primeiros meses, os bebês não têm controle sobre o pescoço e a cabeça, então você precisará ajudar.

Segure a cabeça do bebê com firmeza, mas de forma delicada, garantindo que ele esteja confortável e alinhado.
Não abaixe o peito em direção ao bebê – é ele quem deve ir ao peito.
Mire o mamilo para o céu da boca do bebê, em direção ao nariz, para facilitar a pega.

4. Atenção à Boca do Bebê: “Boca de Peixinho”

Uma pega correta deve deixar a boca do bebê parecida com a de um peixinho:

O lábio inferior deve estar voltado para fora, e o queixo do bebê deve encostar no seu seio.
Se os lábios estiverem “enrolados” para dentro, ajuste delicadamente, puxando o lábio inferior para fora.
Dica prática: Se o bebê estiver com a boca pequena ou apertada, desça o queixinho dele suavemente para abrir mais a boca.

5. Faça a “Dobra do Mamilo”

Essa técnica ajuda muito, especialmente nos primeiros dias:

Segure o seio com a mão em formato de “C” (polegar em cima e dedos abaixo do seio).
Dobre o mamilo no sentido da boca do bebê para facilitar a pega e permitir que ele abocanhe uma boa parte da aréola, não apenas o mamilo. Isso reduz a dor e melhora a sucção.

6. Amamente Deitada

Se estiver muito cansada ou com dificuldades para segurar o bebê, almofadas e ajustar posições, amamentar deitada pode ser a solução:

Como fazer: Deite-se na cama com o bebê ao seu lado, de frente para você, barriga com barriga. Certifique-se de que ele esteja alinhado com o seu seio.
Use a mão que está livre para dobrar o mamilo e posicioná-lo próximo à boca do bebê. Se necessário, ajude o bebê a aproximar a cabeça suavemente até o peito.
Essa posição é ótima para momentos em que você precisa descansar ou está se recuperando do parto. Apenas fique atenta para garantir que a cabeça do bebê esteja em posição segura.

7. Estimule o “Bocão” do Bebê

Uma técnica que aprendi com a fonoaudióloga foi estimular o bebê a abrir bem a boca antes de pegar o peito. Esse exercício ajudou muito no aprendizado do meu filho:

Com o mamilo, deslize suavemente na boca do bebê de cima para baixo, indo do lábio superior ao inferior algumas vezes.
Esse movimento faz com que o bebê instintivamente abra mais a boca para “pegar” o peito.
Após algumas repetições, posicione o mamilo no centro da boca dele e permita que ele abocanhe o peito de forma ampla.

8. Corrija a Pega Se Algo Estiver Errado

Se o bebê fechar a boca, perder a pega, começar a fazer estalos, ou se você sentir dor, algo está errado. Corrija o processo:

Como fazer: Insira delicadamente o dedo mindinho no canto da boca do bebê para liberar o vácuo e retirar o mamilo.
Recomece o posicionamento e a pega desde o início.
Nunca puxe o mamilo diretamente, pois isso pode machucar você e o bebê.

DICAS EXTRAS

Nem toda dificuldade para mamar significa cirurgia ou falta de leite: É comum que mães se preocupem com diagnósticos, como a necessidade de cirurgia para corrigir língua presa, ou pensem que não estão produzindo leite suficiente. Mas, em muitos casos, o problema está na adaptação natural do bebê e da mãe à amamentação. Nem sempre esses diagnósticos são necessários, e por isso é importante buscar uma avaliação profissional antes de tirar conclusões.

O bebê também precisa de treino: Assim como a mãe está aprendendo a amamentar, o bebê também precisa treinar a sucção correta, o posicionamento da língua e a pega. É um aprendizado mútuo que exige tempo, paciência e persistência. Exercícios simples, como estimular o “bocão” ou ajustar a pega, podem fazer uma grande diferença.

A mãe precisa de suporte físico e emocional: Amamentar não é uma tarefa fácil e, muitas vezes, a falta de apoio torna o processo ainda mais difícil. Busque suporte:
- Físico: Use almofadas, apoios e pratique posições diferentes para evitar dores e sobrecarga.
- Emocional: Peça ajuda de pessoas próximas, participe de grupos de apoio ou procure orientação de consultoras de amamentação e profissionais especializados. Sentir-se acolhida pode transformar a experiência.

Amamentar é uma jornada que exige dedicação, mas com o suporte certo, pode se tornar um momento único e especial de conexão entre mãe e bebê.

CONCLUSÃO

Amamentar pode ser desafiador no início, mas com paciência, prática e as orientações certas, tudo melhora. Lembre-se: nem você nem o bebê nascem sabendo como fazer isso. É um aprendizado mútuo que leva tempo.

Se você está passando por dificuldades, saiba que não está sozinha. Procure apoio, ajuste o que for necessário e dê tempo ao tempo. No fim, amamentar pode se tornar um momento de conexão e amor que você levará para a vida toda.

Gostou das dicas? Deixe sua experiência nos comentários! Compartilhe com outras mamães que podem estar enfrentando os mesmos desafios.

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